A primeira trégua entre Israel e o Hamas entrou em vigor às 7h (2h no horário de Brasília) desta sexta-feira, 24, depois de mais de um mês e meio de guerra, no âmbito de um acordo que prevê a libertação de 50 reféns em troca da entrega de 150 prisioneiros palestinos. O cessar-fogo, que durará quatro dias e poderá ser estendido para dez se o Hamas entregar mais pessoas sequestradas, servirá também para permitir a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Depois de uma noite durante a qual Israel continuou seus incessantes ataques contra a Faixa de Gaza e o Hamas lançou mísseis contra dois dos kibutzim evacuados, perto de Gaza, finalmente passou a valer o período em que as partes concordaram em parar temporariamente as hostilidades. Os primeiros 13 reféns israelenses dos 240 detidos pelo grupo islâmico palestiniano, todos eles mulheres e crianças, deverão ser libertados às 16h (11h no horário de Brasília), segundo anunciou o governo do Catar, um dos mediadores da trégua.
“O critério para priorizar os reféns foi puramente humanitário e nos concentramos em colocar mulheres e crianças fora de perigo o mais rápido possível”, destacou Majed al Ansari, porta-voz do Catar, que disse confiar no cumprimento da trégua depois de elogiar “o positivismo e o compromisso” em ambos os lados. Por sua vez, as Brigadas Al Qassam, o braço armado do Hamas, celebraram esta “trégua humanitária” que permitirá a “troca de prisioneiros”. “Por cada prisioneiro sionista, serão libertados três prisioneiros palestinos, incluindo mulheres e crianças”, destacaram.
O Hamas confirmou também que o acordo contempla a entrada diária de 200 caminhões com ajuda humanitária, alimentos e medicamentos para distribuir por toda a Faixa de Gaza, incluindo o norte, bem como a distribuição diária de quatro caminhões com combustível, vital para o fornecimento de eletricidade ao enclave.
O cessar-fogo representa um respiro para o enclave, atolado na pior catástrofe humanitária da sua história, quando já há mais de 14.500 mortos – mais de 70% deles crianças e mulheres – e mais de 6.800 desaparecidos sob os escombros ou entre os corpos caídos nas ruas e estradas, razão pela qual o número de vítimas mortais poderá ser superior, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.