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O instante em que o livro está na estante

Foto: criada a partir de IA

O instante em que escolhemos um lugar na estante para um livro, determina suas prioridades na vida? Com um senso empírico, estou aqui de novo.

A estante onde colocamos os livros mais pesados tem a prateleira inferior destinada a esses volumes devido ao peso das histórias. Escolhemos não nos limitar a olhar apenas na altura dos olhos, pois muitas vezes é necessário olhar para baixo.

É claro que os livros nas prateleiras superiores também merecem atenção, mas se estão lá, é porque já receberam sua devida honra, mesmo que contenham histórias menores.

Dê honra às histórias pesadas, às vezes difíceis de ler, mas que são assim porque têm experiências detalhadas a contar.

Você já pegou um livro e percebeu que a cor da capa é a mesma que a das suas unhas? Coincidência ou destino? Talvez pareça não haver conexão entre essas duas coisas completamente distintas. Mas você previu? E se fosse combinado?

A cor da sua unha é a mesma da capa? Eu insisto, pegue e leia o livro. Insista.

Alguém disse uma vez: os livros “trazem perspectivas sobre o mundo, mudam sua opinião sobre assuntos.”

Vamos fazer você questionar a existência de perspectivas, pois seria imaturidade não considerar a possibilidade de mudar de opinião. Os livros podem ajudar. Se você tem perspectivas, é possível mudar, certo?

Minha entonação de voz foi adquirida por meio dos livros. Eles me ensinaram a desenhar expressões, a manter uma postura equilibrada, a cumprimentar em pé, a nivelar o olhar para aqueles que já aprenderam. Até o timbre muda, não é mesmo, Russo?

Não estou falando de se tornar um robô, mas de uma adequação social.

– Que repressão! – alguém gritou com uma voz aguda.

– Fora! – alguém gritou com uma voz grave.

– Calma – alguém, evidentemente mais seguro da situação, tentou apaziguar a discussão com um timbre de voz pacificador.

Tudo é devidamente registrado. Segue o fio para tentar contar uma história, criar uma imagem que não tem a ver com inteligência artificial, mas com nossa própria imaginação e criatividade, que juntas, unem forças para tentar te mostrar uma imagem perfeita do que é contado. Com riqueza de detalhes ou não, você imagina e cria algo completamente diferente. Mesmo que a história seja a mesma:

“Naquele dia, ao final da tarde, Bruce estava com sua bicicleta na rua, em uma estrada de cascalho. A bicicleta verde musgo não parava de tremer enquanto Bruce pedalava. Sem as mãos no guidão, ele se desequilibrou e caiu. Foi um choro profundo, daquele que vem de dentro da alma. Sem perceber, um veículo o atropelou.”

Você consegue imaginar o que seria um verde musgo? (Você pode pensar em um verde, mas e nas suas variantes? Mesmo sem saber ao certo… quer mesmo fazer isso? Você pode!)

Você imaginou Bruce como uma criança? O que te fez pensar isso? Foi porque ele estava sem as mãos no guidão? Ou porque chorou?

A estrada era de terra? Daquelas bem soltinhas, estilo sul-mato-grossense?

Qual veículo o atropelou?

Bruce morreu?

São perguntas que só a sua imaginação conseguiu responder. Mesmo sem detalhes explícitos, sua memória já consegue resgatar qualquer imagem e lógica para te dar uma resposta.

Se você leu outros textos, talvez não perceba, mas para você que já leu pelo menos um, pode ter se perguntado: qual é a música de hoje? É um hit de JAY-Z, “Run This Town”. É uma poderosa declaração de ambição, poder e controle. A letra começa com Rihanna cantando sobre a emoção e o perigo associados à busca pelo sucesso e pela dominação. A referência ao ‘thrill’ e ao ‘dangerous love affair’ sugere uma relação quase viciante com o poder e a influência. Nada melhor que ler e se deixar levar, especialmente na leitura de “As 48 Leis do Poder”.

– Você esqueceu – alguém gritou com uma voz aguda.

– O que foi que esqueci?

– Não vai falar sobre a imagem? – alguém da voz aguda.

– Não vai precisar.

Você captou a essência da história? Até fiz um diálogo com travessões.

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