O Sindicato dos Artistas e Técnicos do Rio de Janeiro (Sated-RJ) anunciou que tomará medidas legais contra a Rede Globo, acusando a emissora de pagar valores insuficientes aos atores pelas reprises de suas novelas.
Na última quarta-feira, 3 de julho, Mateus Solano, ex-contratado da Globo, manifestou sua insatisfação nas redes sociais. “Quanto será que o Canal Viva vai faturar?”, questionou Solano, protagonista da novela “Viver a Vida” em 2009. “E nós, os intérpretes? Direito autoral não é favor”.
Hugo Gross, presidente do Sated-RJ, criticou a postura da emissora, alegando que a Globo trata a categoria com desdém. Gross destacou que tanto o trabalho quanto os direitos autorais são “irrenunciáveis” e prometeu que o sindicato lutará “com unhas e dentes dentro da esfera judicial” pelos direitos dos artistas.
Sérgio Marone também se juntou a Solano, criticando os ganhos dos atores pelas reexibições das novelas e ressaltando o lucro significativo do Canal Viva. Outros ex-atores da Globo, como Kadu Moliterno e Maria Zilda, já haviam expressado descontentamento com os valores pagos pelas reprises e pela venda das novelas para o exterior. Moliterno revelou ter recebido pouco mais de R$ 300 por uma novela vendida para dez países, enquanto Maria Zilda recebeu apenas R$ 237,40 pela reexibição de “Selva de Pedra”.
Lucélia Santos, em um podcast em janeiro, afirmou que nunca recebeu pagamentos pelos direitos das novelas clássicas que protagonizou, como “Escrava Isaura” e “Sinhá Moça”. “Nunca recebi um centavo de direito por meu trabalho e divulgação no exterior”, declarou a atriz.
Em resposta, a Rede Globo afirmou, em comunicado à imprensa, que realiza todos os pagamentos aos autores, diretores e atores conforme os contratos celebrados. “Reconhecemos a importância da preservação dos direitos de propriedade intelectual, dos quais somos grandes defensores”, declarou a emissora.
Fonte: Revista Oeste