Como se já não bastasse o catastrófico debate entre os candidatos à presidência dos Estados Unidos, no mês passado, o candidato republicano foi vítima de um atentado durante comício em Butler, Pensilvânia, no sábado (13). Por milímetros, o atirador não logrou êxito em seu objetivo.
Todos os jornais e noticiários pelo mundo estamparam a foto de Trump, com sangue por todo o rosto, erguendo o seu punho e clamando ao povo: Fight! Seja você um simpatizante, fã ou crítico do ex-presidente, não se pode negar que o republicano fez e ainda faz história.
Como nós, brasileiros, estamos mais do que acostumados com as tramoias da política e eleições recheadas de escândalos, poucas coisas nos surpreendem. Mas certas peculiaridades neste ataque contra Trump despertaram a curiosidade desta colunista, que é bastante afeita a seriados sobre política, diga-se de passagem.
Primeiro, o fato de o atirador ter realizado o ataque a apenas 130 metros de onde estava Trump, alimenta as mais diversas narrativas, não tão fantasiosas quanto parecem. As teorias vão desde a falta de investimento e capacitação dos agentes até a ausência de proteção intencional. Já está acontecendo uma investigação interna no Serviço Secreto para entender como o telhado onde estava Thomas Matthew Crooks, o jovem atirador, não foi protegido e coberto com antecedência pelos agentes competentes.
Como sempre, a identidade e passado dos atiradores, em atentados como esse, é sempre um objeto de alta especulação pela mídia e pelo público em geral. O que se sabe, até o momento, é que Crooks, de 20 anos, era filiado ao Partido Republicano (mesmo não tendo votado ainda em eleições presidenciais, haja vista sua idade), mas que em 2021, realizou uma pequena doação a um grupo que apoia o Partido Democrata, o Progressive Turnout Project. No mínimo, curioso…
Muito ainda irá se discutir sobre o atentado, além das óbvias associações aos ataques anteriores a presidentes americanos e também à facada sofrida por Bolsonaro, em 2018. Tem se tornado cada vez mais comum que candidatos contrários ao Deep State sejam alvos de indivíduos (a um primeiro e raso olhar, “lobos solitários”) prontos a sacrificarem suas vidas ou liberdades. Mas isso é assunto para outra hora.
O que sabemos, até o momento, é que muito embora tenha havido um grande esforço, por setores da mídia, para tratar o episódio como qualquer coisa que não fosse um atentado, ou até mesmo, insinuações de que tudo teria sido armado, Trump recebe mais um impulso para a sua cada vez mais evidente vitória.