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Oportunamente

Estive vagando por alguns recantos municipais. A princípio, parecia empolgante. Mas não se deixe enganar, a sanidade é algo que precisa ser preservado em meio a questões políticas. E quem diria que ser político é uma espécie de loucura? Mas é uma loucura diferente: uma obsessão desenfreada, sem diagnóstico médico.

Não quero parecer presunçoso, mas percorri quase 6 mil km em uma viagem intensa, cansativa e, de certo modo, produtiva.

Primeira parada: CPAC Brasil, em um fim de semana em Balneário Camboriú. Logo depois, um salto para Brasília, com uma agenda misteriosa, cheia de café e mentiras. Afinal, eu estava no epicentro da enganação: o Congresso Nacional. Mas calma, nem todos os políticos são insanos; alguns têm a coragem de continuar frequentando esses ambientes.

Precisando espairecer, fui para o Mato Grosso do Sul, meu Estado natal, onde nasci com bons costumes. Sempre sinto saudade de voltar, mas ao mesmo tempo, uma vontade de me arrancar de lá ao chegar.

O único elemento comum nesses três destinos? Eu mesmo. Paisagens diferentes, pessoas distintas, costumes variados e até os sons eram únicos. Ah, fui corrigido quando pronunciei “destinto” ao invés de “distinto”. Detalhes insignificantes.

O som das pessoas causou-me um verdadeiro estereofonia de insignificância. Sim, você leu certo. Não me peça para ser claro e objetivo; essa não é a minha praia. Prefiro a prolixidade, ela mantém o mistério.

As ideias de direita que o CPAC Brasil apresenta são interessantes, mas é crucial aprender algo com a esquerda também. Entender seus pontos fortes para uma eventual cópia, sem qualquer escrúpulo.

O evento focou nos pré-candidatos, com discursos preparados para a árdua jornada da campanha. Ser eleito com pouco recurso é um desafio. Ou você acha aceitável utilizar o fundo eleitoral de mais de 5 bilhões de reais? (Num país de desigualdades gritantes, com um fundo eleitoral desse porte?).

Ano que vem, o evento será em Manaus. Até lá.

Ah, quase esqueci: fiquei mais de três horas parado na BR-101, a 150 km de Balneário Camboriú. Depois, no evento, fui convidado a ir a Brasília. Voo cancelado e tudo. Mas lá fui eu, pelos túneis do Congresso Nacional, em meio à correria da reforma tributária. Como pode uma repartição de Oscar Niemeyer decidir o futuro do país gigante, o maior da América do Sul?

Sempre que chego a Brasília, concluo que o distanciamento do povo é gigantesco. Ridículo, diria. O auxílio-moradia para congressistas, criado para aproximar políticos de Brasília, acabou beneficiando-os em detrimento do povo até hoje.

Mas mudemos de assunto.

Bela Vista, no Mato Grosso do Sul, minha cidade natal. Tem mais de 100 anos e pouquíssimos habitantes. Sempre sinto saudade de longe, mas quando estou perto, conto os segundos para partir.

Dessa vez foi especial, uma celebração importante.

Se você notou minha ausência, foi por causa dessa correria toda.

Oportunamente entro em contato para falar mais. Oportunamente.

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