Com certeza, caro leitor, você presenciou, se não ao vivo, nas redes sociais, a abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, que aconteceu em Paris, no último dia 26. Sem pudor algum, o evento debochou e fez várias alusões ao cristianismo, maior religião do mundo e, também, a mais atacada. E não se engane em pensar que esta colunista seja a favor de qualquer tipo de censura ou proibição. Muito pelo contrário: sou uma árdua defensora da liberdade de expressão e pensamento. Mas também, me lembro muito bem das aulas de física do colégio, onde aprendi que a terceira lei de Newton nos apresenta a seguinte máxima: toda ação tem uma reação. E sim, a abertura dos Jogos Olímpicos geraram uma grande reação.
Ainda na sexta-feira, diversas personalidades se manifestaram sobre o evento, que em seu ápice, fez uma encenação (se é que podemos qualificar como tal) da Santa Ceia, mais especificamente, à pintura A Última Ceia, de Leonardo da Vinci. E qual o motivo da revolta? No lugar de Jesus e seus discípulos, drag queens e travestis. Mesmo com as tentativas da mídia de desassociar o evento e a obra, as referências são claras e inegáveis.
É muito interessante como os propagadores da cultura woke sabem quem cutucar. É muito fácil e cômodo zombar dessa imensa religião que é o cristianismo, e que mesmo em meio a tantos ataques, blasfêmias e zombarias, prega o amor ao próximo.
Para você que está se perguntando, a cultura “woke” é a atual propagadora de ideias progressistas, muito difundida principalmente entre os jovens revolucionários que querem mudar o mundo, mas não ajudam a mãe a lavar a louça. Este movimento é chamado “woke” como uma alusão àqueles que teriam “acordado” para as mazelas do mundo. Ou seja, são os melhores amigos do politicamente correto. E de bobos, eles não têm nada: aprenderam com os erros passados a selecionar seus alvos. Afinal, não nos esqueçamos do que aconteceu com o cartunista francês Stéphane Charbonnie que, em janeiro de 2015, ousou fazer uma charge caçoando do islamismo e o associando a ataques terroristas, no jornal Charlie Hebdo. Resultado: 12 mortos, dentre eles, o cartunista e mais 9 funcionários do jornal.
O atual inimigo número um desta agenda é o cristianismo, que seria o responsável pela preservação de estruturas que tanto buscam destruir (ou como dizem, desconstruir): família, vida e bons costumes. E haveria melhor palco para se promover uma “lacrada histórica”, do que a abertura das Olimpíadas?
Com todos os olhos voltados para si, Paris eternizou o primeiro momento do evento esportivo que tem tudo para ser o pior dentre todas as edições. A luta identitária tenta tomar o lugar do espírito de união que sempre contagiava os torcedores nesta época do ano, e já vê suas consequências: a internet recheada de manifestações, afirmando ser a pior Olimpíada da história, repressão à manifestações religiosas e atletas transsexuais destruindo suas oponentes mulheres biológicas.
Há de se extrair uma fagulha de esperança desta vergonha. Pode ser que, por fim, fazendo uma analogia à lógica do mercado, possamos afirmar também no esporte que “quem lacra, não ganha”.