De outro modo, é como se a água estivesse se infiltrando e penetrando a camada mais externa do núcleo do planeta, conforme explicam os pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona (ASU), nos EUA, e da Universidade Yonsei, na Coreia do Sul, em estudo publicado na revista Nature Geoscience.
Apelidada de Prime E, esta camada se formou ao longo de bilhões de anos e só é, de fato, nova para a nossa ciência. A hipótese é que a água da superfície seja levada para as profundezas da Terra através do movimento das placas tectônicas subduzidas, que “escorregaram” em direção ao manto.
Em experimentos de alta pressão, os cientistas descobriram o que acontece quando a água reage quimicamente com os materiais do núcleo. Neste caso, forma-se uma camada rica em hidrogênio, mas pobre em silício – é exatamente igual ao que é observado nesta fina camada entre o manto e o núcleo externo. Como parte da reação, são gerados cristais de sílica que sobem e se integram ao manto.
Para os pesquisadores, esta descoberta avança a compreensão dos processos internos da Terra, e também sugere que o ciclo da água é mais extenso do que o anteriormente reconhecido. Afinal, nunca se pensou que a água poderia se infiltrar no núcleo do planeta. Só que, recentemente, pesquisadores canadenses também levantaram a hipótese do núcleo estar vazando, outra coisa impensável até pouco tempo.
Fonte: Nature Geoscience e ASU