O senador alegou que as ações movidas contra ele são fruto de perseguição política. Para os partidos, Moro teve vantagem indevida na disputa pelo Senado pois a pré-campanha do ex-juiz à Presidência, com gastos de mais de R$ 2 milhões, deu a ele mais visibilidade em relação aos concorrentes pela vaga de senador. O TSE permite que seja gasto em campanha para o Senado até R$ 4,4 milhões, mas segundo a denúncia Moro teria investido mais de R$ 6 milhões na candidatura, juntando o dinheiro usado na pré-campanha presidencial.
O depoimento durou cerca de 45 minutos e Moro só respondeu as perguntas formuladas pelo desembargador, que o questionou sobre um contrato firmado pelo advogado Luís Felipe Cunha, primeiro suplente do senador. O contrato foi de R$ 1 milhão e dividido em quatro parcelas.
O ex-juiz afirmou que não se envolveu nas negociações destes valores e de outros contratos firmados pelo Podemos, sua antiga sigla, ou pelo União Brasil, seu atual partido. “Não existe nenhuma evidência ou prova de caixa dois em qualquer momento, seja no período anterior à campanha, seja durante a campanha. Não há evidência, porque não houve este fato”, disse Moro.
Outra acusação formulada contra o senador é sobre uma relação de voos fretados utilizados durante a campanha de 2022 ao Senado. De acordo com os representantes do PT, o ex-juiz teria praticado caixa dois e abuso de poder econômico durante as viagens. De acordo com o União Brasil, o valor total do fretamento de aeronaves para Moro e aliados chegou a R$ 625 mil.
“São vários voos para São Paulo, contratados pelo União Brasil para eu sair de Curitiba. Eu fui lá no lançamento da candidatura presidencial da Soraya Thronicke, a pedido do União Brasil. Não tem nenhuma relação com atividade partidária destinada a promover minha campanha para senador no Paraná”, explicou Moro. O depoimento marcou o encerramento da fase de coleta de provas. As ações devem ser julgadas pelo plenário do TRE do Paraná no dia 22 de janeiro de 2024.