Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos intensificaram a cooperação militar diante da onda de testes armamentistas dos norte-coreanos este ano, e ativaram um sistema para compartilhar informação em tempo real sobre os lançamentos de mísseis de Pyongyang. Há algumas semanas, um submarino americano de propulsão nuclear chegou ao porto sul-coreano de Busan, e Washington enviou bombardeiros de longo alcance para executar manobras com Seul e Tóquio. Para Pyongyang, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52, para as manobras conjuntas na Península da Coreia são “ações intencionalmente provocadoras dos Estados Unidos para uma guerra nuclear”.
O Norte lançou este ano um satélite-espião de reconhecimento, consagrou em sua constituição a condição de potência nuclear e testou o míssil balístico intercontinental (ICBM) mais potente de seu arsenal. Kim definiu nesta semana 2023 como “um ano de grande mudança”, em que seu país alcançou “vitórias reveladoras”. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) indicou na semana passada que um segundo reator da central nuclear norte-coreana de Yongbyon parecia estar em operação, o que considerou “profundamente lamentável”.
No próximo ano, a Coreia do Norte poderia “enviar armas nucleares táticas a áreas próximas da fronteira” com o Sul e impulsionar seu programa nuclear, antecipou à AFP Ahn Chan-il, desertor que se tornou pesquisador e dirige o Instituto Mundial para Estudos Norte-Coreanos. Pyongyang o faria para pressionar a Coreia do Sul e os Estados Unidos, ao mesmo tempo que manteria suas relações estreitas com Rússia e China, aliadas tradicionais. Na reunião de seu partido ocorrida no fim do ano passado, Kim pediu “um aumento exponencial dos arsenais nucleares” do país.
*Com informações da agência AFP