Para os 39 bombeiros militares que participaram do curso voltado ao efetivo – 37 homens e 2 mulheres -, o treinamento começou em outubro. Em um primeiro momento, as atividades consistiram de treinamento físico e instruções teóricas em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba. Só depois os alunos foram para o trabalho prático, nas águas do litoral paranaense. Ao todo, a formação teve duração de 620 horas, incluindo 240 horas de estágio, realizado durante o Verão Maior Paraná 2023/2024.
“Nesse período de estágio eles estão sempre acompanhados de um guarda-vidas mais antigo, justamente para poder pegar a rotina do serviço. Eles aprendem na prática o que é uma corrente de retorno, sua dinâmica, o que deve ser sinalizado no posto de guarda-vidas, qual é a preocupação em relação às pessoas que chegam ali para se banhar”, explica o comandante do 8º Grupamento de Bombeiros, responsável pelo atendimento do Litoral, major Fabrício Frazatto dos Santos.
De acordo com ele, a maior preocupação é desenvolver a capacidade de resposta qualificada em caso de emergências e, especialmente, a habilidade de prevenir acidentes e afogamentos. “O serviço tem se tornado cada vez mais profissional, e tem que ser assim porque é extremamente técnico e lida muito próximo com as vidas das pessoas, entre a vida e a morte. É preciso saber o que fazer e no momento adequado”, complementa.
O comandante do 8º GB acrescenta que o guarda-vidas deve estar ainda mais preparado para reconhecer as pessoas que potencialmente se colocam em risco e não deixar que esse afogamento aconteça. “O maior desafio não é fazer o salvamento, mas evitar que ele aconteça identificando os perigos daquele ambiente, sinalizando esses perigos, orientando as pessoas sobre locais perigosos e, por vezes, retirando-as desses espaços”, complementa ele, citando que estes formando vão propagar seus conhecimentos por todo o Estado.
No final da celebração, os novos guarda-vidas militares, como manda a tradição, entraram no mar em busca da camiseta amarela. O uniforme representa o preparo e a honra do guarda-vidas. O curso de formação é um dos mais concorridos dentro da corporação.
“O curso tem uma grade horária extenuante, cansativa. Mas quem vem está consciente e treinado para suportar as adversidades do curso. Vale a pena. É difícil, mas gratificante”, celebra o cabo Manoel Orlando Gapski, que atua há 13 anos no Corpo de Bombeiros e foi o orador da turma de formandos.
CIVIL – A data também foi de muita emoção para os 84 guarda-vidas civis voluntários que finalizaram o curso na modalidade águas abertas, ou seja, voltado para as ações no mar. Durante o período de capacitação, os aspirantes ao posto de guarda-vidas civil atuaram como reforço ao trabalho dos bombeiros militares na prevenção de ocorrências e no atendimento a afogamentos. Antes, porém, passaram por um período de instrução de 120 horas. O tempo de estágio foi de 300 horas.
“O curso de guarda-vidas civil é o nosso maior projeto social. Nós pegamos pessoas que gostam de estar na água, surfistas, pescadores, em geral moradores ribeirinhos, e potencializamos o conhecimento de prevenção aquático para toda uma sociedade”, disse o major Frazatto. “Esse civil aprende os conhecimentos e os perigos do ambiente aquático e vai difundir isso no seu espaço social e amplifica nossa missão, que é a prevenção de afogamentos”.
A versão civil do curso é mais curta em função da compreensão de que esses voluntários precisam equilibrar o tempo da preparação voluntária com suas responsabilidades no trabalho, na família e nos estudos. Durante o Verão Maior Paraná, o estágio é sempre sob acompanhamento de um guarda-vidas militar. Formados, eles se tornam aptos a participar do trabalho de guarda-vidas quando houver necessidade.
“Hoje celebramos a conquista desse certificado, que agrega em si fatores que extrapolam os conhecimentos técnicos adquiridos, sendo reflexo da disposição, coragem e perseverança que norteou nossa trajetória ao longo desses meses”, disse o orador da turma, Marcelo Paes, que é subtenente da reserva do CBMPR.