Maringá

UEM produz primeira safra de soja com insumos permutados da Cocamar

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) irá colher, em março, a primeira safra de soja produzida com insumos permutados da...

Redação O Jiló/UEM
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) irá colher, em março, a primeira safra de soja produzida com insumos permutados da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá (PR). A produção é resultado de um acordo de permuta entre a Universidade e a Cooperativa, que objetiva a troca de soja por insumos para produção de milho voltado para a fabricação de silagem para alimentação de animais da Fazenda Experimental Iguatemi (FEI). Ao todo, foram plantados 10 hectares de soja e 20 hectares de milho.

O projeto integra o Programa Alimentos Solidários e Agricultura Sustentável (Pasas), da UEM, que completa um ano no próximo dia 27 de fevereiro e busca fornecer alimentos para o Restaurante Universitário (RU) e contribuir com a segurança alimentar da comunidade universitária, por meio da comercialização de produtos de qualidade com preços acessíveis no Mercadinho.

“Como nós geramos muita produção agrícola nas atividades de ensino, pesquisa e extensão dos cursos de Agronomia, Zootecnia, Medicina Veterinária e Engenharia Agrícola, o reitor Leandro Vanalli criou o Pasas, que é um sistema organizado para o fornecimento de alimentos para abastecer o RU e o Mercadinho interno da UEM. Assim, quando há demanda de um produto que temos em quantidade suficiente para o RU, damos prioridade de encaminhamento ao restaurante. Hoje, já conseguimos abastecer o RU com carne suína e, também, estamos nos preparando para começar a encaminhar nossa produção de leite, assim que seja implantado o café da manhã no RU”, explica o coordenador do Pasas e professor do Departamento de Agronomia (DAG) da UEM, Altair Bertonha.

Segundo ele, a parceria com a Cocamar nasceu da necessidade de se ter alimento para os animais que vão produzir leite na FEI, visando consolidar a produção láctea como base para o café da manhã do RU. “Para termos mais vacas, precisamos de mais comida para alimentar os animais, por isso começamos o plantio do milho silagem, que vai ser utilizado como base de alimentação animal. Toda a soja que iremos colher servirá para o pagamento dos insumos que usamos da Cocamar, como sementes, adubos e fertilizantes. Assim, a UEM vai economizar recursos com a troca de produtos. Nossa perspectiva é de que a safra de soja pague o custo de insumos do plantio do milho. Talvez este ano não consigamos pagar 100%, em razão da baixa do preço da leguminosa e da expectativa de colheita abaixo da média da região”.

Bertonha relata que outros projetos estão em andamento para ampliar o fornecimento de alimentos ao RU, como é o caso da área de fruticultura, em que se está implantando o plantio de banana e mamão na Cidade Gaúcha. “Na minha avaliação, os benefícios desta cooperação vão além dos financeiros, pois do ponto de vista acadêmico, estamos desenvolvendo culturas tradicionais da região para que nossos alunos aprendam seu manejo, na prática”, finaliza.

Produção, solo e clima

Segundo o professor do Departamento de Agronomia da UEM, Denis Fernando Biffe, responsável pelo plantio de soja e milho na FEI, neste acordo de permuta com a Cocamar, a colheita da soja deve começar no dia 11 de março e a expectativa é de colher em torno de 50 sacas por hectare. “A estimativa de produtividade está abaixo da média da região, mas acreditamos que isto será equacionado na próxima safra, após melhorarmos a qualidade da terra com o plantio de aveia pós-colheita da soja, o que vai melhorar muito as características físicas e químicas do solo. A nossa meta daqui a cinco anos é chegar a 70, 80 sacas por hectare, que é a média regional”, vislumbra.

Além da questão do solo, Biffe explicou que as condições climáticas também representam um grande desafio. “Este ano, tivemos períodos de estiagem de dez a 15 dias durante uma fase crítica do desenvolvimento da cultura, então haverá uma certa perda na produção. A preocupação agora é com o próximo ano em que está previsto o fenômeno La Niña, com previsão de estiagem para o Sul do País, portanto, a importância de construirmos um solo rico, com uma boa capacidade de retenção de água. Praticamente, é a academia vivendo como o produtor rural vive”, resume.

Segundo Biffe, a produção de milho com insumos da Cocamar é totalmente destinada para a produção de silagem, já que a fazenda tem um plantel de animais muito grande, composto por suínos e gado de corte e de leite.

No futuro, a UEM deve plantar soja no verão e milho no inverno, sempre fazendo uma rotação de cultura, com aveia ou milheto, para estruturar bem o solo. A fazenda da UEM possui tratores, máquinas de semeadura, pulverizadores, caminhão para transporte e funcionários com experiência nessa cultura. “A única parte que nós não temos é a colheitadeira, que é um equipamento de alto valor agregado e não teria o porquê nós termos uma máquina deste porte para colher apenas 10 hectares. A colheita será terceirizada e paga em porcentagem do montante colhido”, explica Biffe.

Pasas: O Pasas é vinculado ao Gabinete da Reitoria (GRE), cuja coordenação operacional e financeira é do Escritório de Projetos e Processos (EPP). Os núcleos de produção integrantes do Pasas são: Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI), com a produção de grãos, proteínas (carnes e ovos), frutas, leite e derivados; Centro Técnico de Irrigação (CTI), com a produção de hortaliças; Câmpus Regional de Diamante do Norte (CRN), com a produção de proteínas (carnes e peixes), leite, hortaliças e frutas; Câmpus do Arenito (CAR), em Cidade Gaúcha, com a produção de grãos, frutas, plantas ornamentais e sucos naturais, Câmpus Regional de Umuarama (CAU), com produção de proteínas, grãos e frutas e Estação Experimental de Piscicultura, no Distrito de Floriano.



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