Segundo o orientador delas, docente da graduação e pós-graduação do Departamento de Zootecnia da UEM, Carlos Antonio Lopes Oliveira, as pesquisas promoveram um avanço nos estudos para o desenvolvimento de material genético que dispense a necessidade de reversão sexual na produção de tilápias do Nilo. Oliveira explica que, atualmente, a forma mais utilizada para o cultivo desta espécie é o monosexo – apenas machos – porque o peso da fêmea oscila entre 70% a 75% do macho. Para isso é realizado o processo de reversão sexual das fêmeas com dieta de ração com hormônios masculinizantes nos primeiros 30 dias de vida das tilápias, assim se reduz a diferença de peso existente entre machos e fêmeas, propiciando melhor crescimento e viabilidade econômica da tilapicultura.
Oliveira frisa que a técnica é segura tanto para o consumo humano como para o meio ambiente, pois não deixa resíduos no peixe nem no ecossistema, porém implica em uma percepção negativa, por parte dos consumidores. “Essa dieta reverte as fêmeas genéticas em machos fenotípicos, ou seja, ela não deixa de ser fêmea genética, mas ela se expressa como macho, assim ganha peso. Apenas ocorre uma mudança fisiológica no animal. Apesar de comprovado, cientificamente, que o processo de masculinização é seguro ao consumidor porque o peixe só vai ser abatido após seis a nove meses depois de finalizado o tratamento”. O professor reforça ainda que a prática é regulamentada e não causa problemas ambientais ou ao trabalhador.
Os pesquisadores da UEM buscam a possibilidade de produção de tilápias sem a necessidade de masculinização para que, caso venha a ocorrer restrições comerciais quanto à dieta hormonal, os piscicultores possam ter uma alternativa de cultivo que mesmo sem o tratamento se obtenha fêmeas mais pesadas.