Com o objetivo de melhorar a qualidade e a rastreabilidade do pinhão paranaense, pesquisadores do estado lançaram um protocolo inovador para orientar os produtores. O documento, elaborado por instituições como IDR-Paraná, Embrapa, Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Curitiba, IFPR e Senar, visa garantir boas práticas na coleta, transporte, beneficiamento e identificação do produto, e poderá servir de base para a criação de um selo de Indicação Geográfica (IG) no futuro.
A nova cartilha oferece um guia detalhado para os produtores, destacando a importância de um manejo cuidadoso e de práticas comerciais que agreguem valor ao pinhão. Jonas Bianchin, extensionista do IDR-Paraná, reforça a importância do protocolo: “É um guia simples, mas essencial para que o produtor ofereça um pinhão de maior qualidade, diferenciando-se no mercado e fortalecendo a araucária como uma espécie economicamente sustentável.”
Além de sua relevância cultural, o pinhão tem um impacto significativo na economia regional. Dados do IBGE indicam que o Paraná produz cerca de 4 mil toneladas de pinhão anualmente, representando aproximadamente um terço da produção nacional, com um valor de mercado de cerca de R$ 20 milhões.
Entre as orientações, a cartilha destaca a importância da comercialização do pinhão maduro, que tem melhor sabor e textura. A coleta deve ser feita com pinhas maduras fisiologicamente, e o beneficiamento deve separar pinhões danificados. A prova de Schenkel é recomendada para detectar danos internos nas sementes.
A padronização das embalagens e a rastreabilidade também são enfatizadas, permitindo que o consumidor final tenha garantias de qualidade e frescor do produto. A separação dos pinhões por tamanho é sugerida para atender diferentes interesses comerciais.
Indicação Geográfica
O protocolo é visto como um primeiro passo importante para a obtenção de um selo de Indicação Geográfica (IG) para o pinhão paranaense, reconhecimento que certifica a qualidade e a origem de produtos regionais. A pesquisadora da Embrapa Florestas, Rossana Godoy, destaca que a adoção das práticas de rastreabilidade e boas práticas fortalecerá o pedido de IG: “Criamos uma cultura de valorização da rastreabilidade e acumulamos um histórico de boas práticas, o que é crucial para o reconhecimento do IG.”
Atualmente, o Paraná possui 14 produtos com o selo de IG, incluindo a cachaça de Morretes e os cafés especiais do Norte Pioneiro. A expectativa é que, com a implementação das novas diretrizes, o pinhão paranaense se junte a essa lista de produtos reconhecidos nacionalmente.
Expectativas para o Futuro
Com a adoção das novas práticas, espera-se que em 2026 os produtos paranaenses já contem com o reconhecimento do mercado, beneficiando produtores e consumidores com um pinhão de qualidade superior e com garantias de rastreabilidade.
A iniciativa pioneira promete não apenas melhorar a qualidade do pinhão, mas também fortalecer a economia local, valorizando um produto tradicional e criando novas oportunidades para os produtores paranaenses.
Com informações do IDR-Paraná