Amanda Tonon Colunista

Eleições na Venezuela e retomada da democracia… SERÁ?

Novas eleições podem (entre muitas aspas e dúvidas) trazer o fim do Bolivarianismo

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No próximo dia 28, o povo venezuelano irá às urnas para eleger seu próximo presidente. Caso fossemos pessoas totalmente alienadas ao “recente” cenário político que vive o país, isso poderia significar a esperança de um futuro melhor para a Venezuela. Contudo, tendo em vista a fragilidade do processo eleitoral e a democracia venezuelana, somente será possível saber o desfecho da votação após o fim desta, mesmo o panorama se mostrando otimista.

Nicolás Maduro participa do grupo que comanda a Venezuela desde 1999, com o ex-presidente Hugo Chávez (1958-2013). Com a morte de Chávez, em 2013, Maduro insurge como seu sucessor, dando continuidade ao regime de forte (se não total) inspiração nas ideias do bolivarianismo. O espírito revolucionário de Simón Bolívar paira pelos países sul-americanos, com ideais marxistas de libertação e fim do capitalismo, os quais tiveram grande influência na crise enfrentada pela Venezuela desde 2013.

A oposição a Maduro, neste ano, se mostra confiante na vitória e sequer cogita um boicote ou adiamento das eleições. Mesmo que o processo eleitoral não seja confiável, de fato, e as pesquisas sejam altamente questionáveis, os números mostram González Urruti, candidato pela Plataforma Democrática Unitária (PUD), à frente. A candidata da PUD, anteriormente, seria Corina Yoris, nomeada pela vencedora das primárias em outubro, María Corina Machado, mas ambas tiveram suas inscrições impedidas.

Maduro, após o relaxamento das sanções sobre o petróleo, tem nos cofres nacionais mais de U$$1 bilhão para gastar com melhorias no país, em busca de melhorar sua imagem frente aos eleitores. Contudo, o racha interno existente dentro do governo do atual presidente prejudica suas chances reais de continuar no poder.

E o que as eleições da Venezuela tem a ver com o Brasil? O que ela tem a ver com sua vida?

As eleições presidenciais brasileiras de 2018 trouxeram, por diversas vezes, a seguinte fala: “não queremos que o Brasil se torne uma Venezuela”. Isso porque naquela época, a Venezuela enfrentava uma de suas piores crises, com refugiados chegando ao Brasil aos montes em busca de abrigo e de seus direitos mais básicos, os quais eram negados em seu país de origem. E era justamente esse cenário que muitos dos brasileiros, ao irem às urnas, buscavam evitar. O Brasil e a Venezuela, quando comandados ambos por governos alinhados à esquerda, mostram-se bastante engajados em seus objetivos revolucionários e marxistas, por meio do espírito do bolivarianismo.

A afirmação deste elo entre os países e políticos brasileiros e venezuelanos não é um mito ou teoria da conspiração, mas sim um fato. Além de todo o apoio exarado por Lula a Maduro, a partir do primeiro governo do atual presidente brasileiro em 2002, recentemente, em 10 de setembro de 2023, Dilma Rousseff, atual Presidente do Banco de Desenvolvimento do BRICS, recebeu Nicolás Maduro para uma reunião na qual o venezuelano se declarou “um parceiro, um aliado e um amigo”. Dentro do cenário geopolítico, pode-se aplicar o mesmo ditado que usamos no nosso dia a dia: Diga-me com quem andas…

As eleições venezuelanas deste mês são como um farol de esperança ao povo, que há tanto sofre nas mãos de um regime que prega, às claras, a defesa dos pobres e ideais bolivarianos de libertação dos oprimidos pelo regime capitalista, mas que, na realidade, apenas trouxe dor e miséria ao povo.

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