A Brown-Forman, empresa responsável pela produção do uísque Jack Daniel’s, anunciou nesta quarta-feira (21) que está descontinuando seus programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). A decisão ocorre em meio à crescente pressão de grupos conservadores para que essas iniciativas sejam eliminadas das empresas.
Em carta enviada aos funcionários, a companhia informou que não vinculará mais a compensação de seus executivos ao progresso em metas de DEI. Além disso, a Brown-Forman também deixará de participar de um ranking anual que avalia o ambiente de trabalho inclusivo para funcionários LGBTQ+ e desistirá de buscar mais fornecedores de origens minoritárias.
A decisão da empresa, com sede em Kentucky, segue uma tendência observada em outras companhias como Harley-Davidson, Tractor Supply e Deere, que também abandonaram programas de DEI após pressão de ativistas anti-DEI, como Robby Starbuck, que compartilhou a carta da Brown-Forman em suas redes sociais.
Segundo a empresa, o cenário legal e externo mudou desde que sua estratégia de diversidade foi lançada em 2019, o que exige ajustes para garantir que as iniciativas continuem a gerar resultados comerciais, considerando o ambiente atual.
Até recentemente, 10% da remuneração de curto prazo dos executivos da Brown-Forman estava vinculada ao progresso nas metas de DEI, de acordo com o relatório anual de 2023. A decisão da empresa reflete o conflito de ideais sobre iniciativas de diversidade corporativa, em um momento em que, apesar do apoio majoritário a programas de DEI, há também uma resistência significativa a que as empresas assumam posições em eventos atuais.
Robby Starbuck, que já havia pressionado outras empresas a abandonarem seus programas de DEI, afirmou que estava prestes a lançar uma campanha pública contra a Brown-Forman e que já tem um novo alvo em vista. Além de sua cruzada contra as iniciativas de DEI, ele também está mirando o índice de igualdade corporativa da Human Rights Campaign (HRC), que avalia empresas com base nos benefícios oferecidos a funcionários LGBTQ+.
Eric Bloem, vice-presidente da HRC, criticou a decisão da Brown-Forman, afirmando que abandonar esforços de inclusão em resposta a uma “indignação fabricada” é um mau negócio. A Brown-Forman, que tinha uma pontuação perfeita no índice da HRC, não fez comentários adicionais sobre o assunto.
A Harley-Davidson, Deere e Tractor Supply, outras empresas que enfrentaram críticas de Starbuck, também recuaram em seus programas de DEI nos últimos meses, marcando uma tendência de retração dessas iniciativas em meio à pressão conservadora.
Fonte: InfoMoney