A equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), que estará em ação no Litoral durante a temporada de verão, vai receber um reforço especial. E que vem do alto. Dois novos drones de alta tecnologia e hélices mais robustas vão ajudar nos trabalhos de prevenção e buscas nas praias paranaenses. Ao todo, contando com os outros modelos já utilizados no estado, serão quatro drones atuando em conjunto com os bombeiros no Verão Maior Paraná.
“É um modelo top de linha. Tanto que todas as forças de segurança do mundo fazem aquisição desse tipo de equipamento. Com isso, temos hoje a melhor câmera do mercado, a melhor aeronave disponível para esse tipo de situação. Poucos estados têm um equipamento desse nível”, disse o capitão Jackson Alexandre Machado, presidente da Câmara Técnica de Operações Bombeiro Militar com Aeronaves Remotamente Pilotadas do CBMPR.
Os equipamentos recém-adquiridos são do modelo DJI Matrice 350 RTK e estão sendo utilizados atualmente no Curso de Pilotos de Aeronaves Remotamente Pilotadas da Corporação, primeira capacitação desse tipo própria da Instituição. O treinamento é promovido pela Câmara Técnica de Operações Bombeiro Militar com Aeronaves Remotamente Pilotadas. Atualmente, cinco profissionais estão sendo habilitados para operar esses drones durante o Verão Maior Paraná. Novos integrantes podem ser adicionados a esta lista ainda durante a temporada.
Os novos equipamentos, cujo investimento totalizou R$ 650 mil, têm alto-falantes capazes de reproduzir sons gravados ou em tempo real; holofotes; câmera com zoom de alta definição para longas distâncias; além de visão termal. As imagens podem ser transmitidas em tempo real para o posto de comando, segundo destacou o capitão Jackson.
“Se tiver alguma situação de risco acontecendo no Litoral, uma ocorrência acontecendo, com a transmissão ao vivo dessa operação para o comandante do incidente, teremos uma resposta mais rápida na hora de fazer a tomada de decisão, de ver qual é a melhor estratégia a se adotar”, explicou o oficial.
“Outro benefício é a economia de recursos. Não vou precisar voar uma aeronave tripulada para verificar uma situação. O drone chega até o local e verifica se realmente é necessário o deslocamento de uma aeronave ou uma embarcação”, afirmou.
A autonomia de voo desses drones, com cada par de baterias, é de no máximo 55 minutos. Resistência a chuva, altas e baixas temperaturas e a ventos de até 12 metros por segundo, bem como altura máxima de voo de 7 mil metros, são outras características desses drones.
Os alto-falantes permitem que os banhistas sejam avisados, mesmo dentro da água, sobre eventuais riscos que estejam correndo, como por exemplo estarem se banhando em locais inapropriados ou que apresentem situações específicas de perigo naquele momento. Também podem transmitir mensagens a pessoas desaparecidas, no mar ou em matas fechadas, durante sobrevoos de reconhecimento, avisando que as equipes de resgate estão em ação. Além disso, as câmeras termais são avanços importantes para as buscas noturnas.
“A respeito do alto-falante, que é um diferencial nessa aeronave, porque ele tem um alcance muito grande, a gente consegue fazer uma comunicação em uma área maior e menor tempo. Conseguimos colocar uma mensagem gravada e sair transmitindo na praia, por exemplo, em situação de chuva, quando a praia estiver sendo fechada por causa de uma tempestade”, relatou o oficial do CBMPR. “Vai fazer muita diferença. É uma tecnologia que vem para agregar muito na nossa operação durante o verão”.
A legislação vigente, no entanto, traz restrições em relação à operação do aparelho. A altura e o distanciamento máximos são previstos em lei, por questões de segurança. “Não podemos subir muito, para não entrarmos no espaço aéreo de aeronaves tripuladas, e também não podemos ir a uma distância que eu perca o drone de vista”, disse o capitão Jackson. A altura máxima é de 400 pés, ou cerca de 121 metros.
Em relação aos modelos anteriores de drones, a evolução é evidente. Os equipamentos mais antigos, que ficarão de apoio no Litoral nesta temporada, têm hélices menores, gastando mais bateria para manter a estabilidade, são mais suscetíveis a virar em caso de ventos mais fortes, e não podem ser utilizados na chuva. E, mesmo equipados com uma caixa de som, esta teria de ser muito pequena, ficando difícil de se ouvir qualquer transmissão, especialmente voando em alturas mais elevadas.
Fonte: AEN