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Vida na terra é mais antiga do que se pensava, dizem cientistas

Catálogo mostra que ela surgiu há quase 2 bilhões de anos

Joédson Alves/Agência Brasi
Joédson Alves/Agência Brasi

Uma nova análise científica, com base num catálogo que regista dados mundiais fósseis de ossos e conchas, mostra que a vida surgiu há quase 2 bilhões de anos.

O novo catálogo mostra as oscilações no número de espécies da vida antiga e permite saber como os animais evoluíram e se extinguiram nos últimos 500 milhões de anos.

O trabalho, cujos pormenores foram publicados nessa quinta-feira (19) na Revista Science, é uma análise de alta resolução da diversidade global do Proterozoico, entre 2,5 e 539 milhões de anos atrás, quando a vida (principalmente pequenos organismos e esponjas que não conseguiram desenvolver esqueletos minerais) deixou menos vestígios fósseis para estudo.

O registo foi feito pelo Instituto Politécnico da Universidade da Virgínia, em colaboração com pesquisadores das academias de ciências russa e chinesa e das universidades da Califórnia em Santa Barbara, Princeton, Missouri e Califórnia Riverside.

A equipe analisou especificamente os registros de antigos eucariotas marinhos, organismos cujas células contêm um núcleo.

Os primeiros eucariotas evoluíram mais tarde para os organismos multicelulares, a que se atribui o início de uma nova era de vida na terra: animais, plantas e fungos.

“Esta é a análise mais completa e atualizada desse período até agora e, mais importante ainda, utilizamos um programa de correlação gráfica que nos permitiu obter maior resolução temporal”, explica um pesquisador.

A nova análise revela que embora as espécies antigas tenham evoluído mais lentamente e durado mais tempo, o ritmo da evolução acelerou após as glaciações globais.

O estudo conclui que os primeiros eucariotas surgiram há não mais de 1,8 bilhão de anos e evoluíram gradualmente até atingir um nível estável de diversidade entre cerca de 1,45 bilhão e 720 milhões de anos, um período conhecido como “bilhões aborrecidos”, em que as taxas de renovação das espécies eram notavelmente baixas.

Os autores acreditam que, no futuro, os cientistas poderão utilizar esse novo registo para responder a todas essas questões e compreender melhor a complexa interação da vida na terra e da própria terra.

Fonte: Agência Brasil



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