Em uma reviravolta nas tensões comerciais entre Estados Unidos e México, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou nesta segunda-feira uma pausa de um mês na imposição de tarifas de 25% sobre produtos mexicanos. A decisão ocorreu após uma conversa telefônica com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, na qual foram discutidos temas relacionados ao comércio e à segurança fronteiriça.
Durante o diálogo, Sheinbaum comprometeu-se a mobilizar 10.000 membros da Guarda Nacional na fronteira compartilhada, com o objetivo de intensificar o combate ao tráfico de drogas, especialmente de fentanil, e à imigração ilegal. Em contrapartida, Trump aceitou suspender temporariamente as tarifas planejadas, estabelecendo um período de um mês para que ambos os países possam negociar soluções mais abrangentes.
As negociações futuras serão conduzidas por altos funcionários de ambos os governos, incluindo os secretários de Estado, do Tesouro e do Comércio dos EUA. Trump expressou preocupações sobre o déficit comercial com o México, enquanto Sheinbaum argumentou que tal déficit é uma característica natural da parceria comercial entre os dois países e essencial para competir com economias como a da China.
A notícia da suspensão temporária das tarifas trouxe alívio aos mercados financeiros, que vinham enfrentando volatilidade devido às tensões comerciais. O peso mexicano, que havia sofrido uma queda de 3% diante do dólar, recuperou-se parcialmente após o anúncio. No entanto, permanecem incertezas em relação às tarifas propostas para o Canadá e a China, que ainda estão programadas para entrar em vigor.
Analistas alertam que a implementação dessas tarifas pode prejudicar o crescimento econômico global e elevar a inflação nos Estados Unidos. Críticos das políticas comerciais de Trump argumentam que, embora suas táticas possam produzir resultados imediatos, elas têm o potencial de enfraquecer alianças de longa data e desestabilizar a economia global.
Enquanto isso, a União Europeia manifestou disposição para retaliar caso seja alvo de medidas tarifárias semelhantes por parte dos EUA. Trump sugeriu que o Reino Unido poderia ser poupado dessas tarifas, citando as boas relações com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.
Este desenvolvimento marca um momento crucial nas relações comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros, com negociações intensas previstas para o próximo mês, visando resolver disputas e evitar uma escalada nas tensões comerciais.