Em 2007, a personagem Bebel, interpretada por Camila Pitanga, usava seu poder de influência para manipular poderosos; hoje, Virgínia Fonseca é convocada pela CPI das Bets por promover casas de apostas online.
No universo das telenovelas, a arte frequentemente antecipa os dilemas da vida real. Em Paraíso Tropical (2007), a personagem Bebel, vivida por Camila Pitanga, destacou-se por sua habilidade em influenciar e manipular figuras poderosas, utilizando sua imagem para ascender socialmente. Dezoito anos depois, a realidade apresenta um paralelo intrigante: a influenciadora Virgínia Fonseca foi convocada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga o impacto das apostas online e possíveis irregularidades no setor.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, justificou a convocação de Virgínia destacando sua “expressiva popularidade e relevância” no mercado digital, onde exerce forte influência sobre milhões de seguidores. A influenciadora, que soma mais de 90 milhões de seguidores nas redes sociais, esteve envolvida em campanhas de marketing para casas de apostas, utilizando sua ampla base de seguidores para promover esses serviços.
O caso de Virgínia Fonseca exemplifica como figuras públicas podem ser chamadas a prestar esclarecimentos sobre o uso de sua influência em setores sensíveis, como o das apostas online. Assim como Bebel utilizava sua imagem para alcançar objetivos pessoais, influenciadores contemporâneos enfrentam questionamentos sobre a responsabilidade ética na promoção de determinados produtos e serviços.
A CPI das Bets, instalada em novembro de 2024, tem até abril de 2025 para investigar a influência dos jogos virtuais de apostas online no orçamento das famílias brasileiras e possíveis associações com práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro.
Este paralelo entre ficção e realidade destaca a importância de refletir sobre o papel da influência midiática e a responsabilidade que acompanha a promoção de produtos e serviços ao público.
Fonte: CNN Brasil/ UOL