Divulgar experiências, conhecimentos e apresentar trabalhos técnicos e científicos relacionados à Defesa Civil, além de reunir diversos setores da sociedade para discutir a redução dos riscos de desastres e ações referentes às mudanças climáticas. Esses eram os objetivos do VI Congresso da Sociedade de Análise de Riscos Latino-Americana – SRA-LA, realizado entre os dias 19 e 23 de maio em Curitiba.
O evento, que teve três momentos distintos, o último deles nesta sexta-feira (23), mobilizou cerca de 600 participantes de vários estados e de países como Cuba, Colômbia, Chile, Argentina, México e Estados Unidos. Representantes das áreas acadêmica e de defesa civil, gestores públicos e integrantes da iniciativa privada estiveram envolvidos nesse esforço coletivo para encontrar meios de desenvolver a resiliência de comunidades e municípios.
A diretora acadêmica do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (CEPED), vinculado à Defesa Civil do Paraná e à Unespar e presidente da Sociedade de Análise de Riscos Latino-Americana (SRA-LA), professora doutora Danyelle Stringari, enalteceu a integração entre o meio acadêmico, as forças de segurança e a sociedade civil como resposta aos desafios apresentados pelo aquecimento global e pelos desastres ambientais.
“A criação de Centros de Pesquisa, de apoio à Defesa Civil, é fundamental. Porque o conhecimento que é gerado dentro das universidades pode ser aplicado nas demandas da sociedade”, comentou. “Essa integração é o resultado desse evento. São as forças de defesa civil, que atuam diretamente na resposta, podendo buscar esse conhecimento para ações de prevenção e mitigação dos riscos”. Uma das organizadoras do evento, ela mostrou-se satisfeita com o nível das discussões e dos trabalhos apresentados.
A semana de trabalhos começou com um dia dedicado à realização de minicursos, oito, todos voltados ao trabalho de defesa civil, de prevenção e de gestão de desastres. Essas atividades precederam o Congresso propriamente dito, que ocorreu entre terça-feira (20) e quinta-feira (22).
Foram três dias intensos no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), sempre em dois períodos, contabilizando um total de 33 palestras (sendo 3 magnas), apresentação de 66 artigos e 67 resumos, muito debate e troca de informações e conhecimentos, além de uma feira expositiva.
O Congresso teve como mote “A ciência e a tecnologia para a gestão integrada de riscos de desastres e a adaptação às mudanças climáticas”. Os trabalhos e discussões foram subdivididos em nove eixos temáticos que foram explorados pelos participantes: Mudanças Climáticas; Riscos e Desastres Ambientais; Riscos e Desastres Tecnológicos; Gestão do Risco, Governança e Políticas Públicas na Redução de Risco de Desastres (RRD); Comunicação em Redução de Risco de Desastres; Educação, Participação Comunitária e Redes; Tecnologias e Inovação em RRD; Saúde e Ambiente e Gestão e Manejo de Animais em Desastres.
Durante a solenidade de encerramento do Congresso, na quinta-feira (22), foram premiados os autores dos melhores trabalhos apresentados durante o período. “Como resultado dessa semana, teremos a publicação dos anais do evento, com mais de 200 artigos científicos produzidos pela comunidade acadêmica, especialistas na área de redução de riscos, e por pesquisadores da América Latina. A junção desses diversos trabalhos é fundamental para colocarmos os conhecimentos em prática”, finalizou Danyelle Stringari.
“O evento foi surpreendente do início ao final. Todas as palestras trouxeram conhecimentos importantíssimos para nossa atuação diária e abordando vários vieses. Teve a parte de comunicação, de saúde, de adoção de medidas em deslizamentos e inundações. Um evento muito completo e muito organizado”, resumiu a major Tatiana Rocha, da Defesa Civil de São Paulo.
“Palestrantes incríveis, com uma carga científica muito importante para que possamos, além de atuar diante dos desastres de forma mais efetiva, atuar de forma técnica, com base em estudos científicos que trazem as verdades que já foram encontradas em outros eventos climáticos extremos”, complementou.
Fonte: AEN/PR