Durante depoimento no STF, ex-presidente adota tom cauteloso, afirma que não confrontará Mauro Cid e minimiza especulações sobre a corrida presidencial.
Durante o intervalo de seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que sua esposa, Michelle Bolsonaro, “decide o futuro dela” ao ser questionado sobre uma possível candidatura da ex-primeira-dama à Presidência da República em 2026. A declaração ocorreu enquanto Bolsonaro respondia a acusações de participação em uma tentativa de golpe de Estado.
A fala veio poucos dias após a divulgação de uma pesquisa Genial/Quaest, que apontou Michelle como um dos principais nomes da direita para a próxima disputa presidencial. No levantamento, a ex-primeira-dama aparece com 39% das intenções de voto em um eventual segundo turno contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que registra 43%, o que configura empate técnico.
O levantamento também indicou que Michelle é a favorita entre os eleitores identificados como bolsonaristas, com 44% de apoio. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), surge na sequência, com 17%. Já entre os eleitores de direita que não se consideram bolsonaristas, Tarcísio lidera com 32%, seguido por Michelle, com 24%.
Durante o depoimento, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro adotou tom moderado e disse estar “bem tranquilo” com a oitiva. Questionado sobre o ex-ajudante de ordens Mauro Cid — que confirmou detalhes da suposta trama e citou militares e integrantes do governo anterior —, Bolsonaro afirmou que não pretende confrontá-lo. Ao todo, oito ex-integrantes do alto escalão da gestão, incluindo os generais Braga Netto e Augusto Heleno, estão sendo ouvidos nesta fase do processo.