A rodada do Campeonato Brasileiro encerrada na noite desta quinta-feira foi marcada por um cenário atípico: apenas seis jogos disputados e estádios com público abaixo da média. A explicação está no calendário desajustado do futebol nacional, agravado pela preparação para o Mundial de Clubes, que começa neste sábado. A combinação entre clima frio, datas mal distribuídas e pouca atratividade nos confrontos contribuiu para uma jornada morna — dentro e fora de campo.
Um dos exemplos mais evidentes dessa baixa mobilização foi o duelo entre Grêmio e Corinthians, que contou com apenas 20 mil torcedores na Arena, número modesto considerando a tradição dos clubes envolvidos. Situações como essa escancaram os problemas crônicos de organização do nosso calendário esportivo, que compromete o engajamento do torcedor e prejudica o rendimento técnico das equipes.
Apesar disso, a semana teve um ponto positivo importante para o futebol brasileiro: a estreia do técnico Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira em casa. Na vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, válida pelas Eliminatórias, foi possível notar uma evolução tática da equipe, especialmente no primeiro tempo, com maior compactação, movimentação ofensiva e uma ideia de jogo mais clara.
O resultado garantiu o Brasil em mais uma Copa do Mundo, mantendo a histórica marca de única seleção a participar de todas as edições do torneio. A atuação ainda está longe do ideal, mas o torcedor voltou a enxergar sinais de esperança em um time que vinha sendo alvo de muitas críticas após desempenhos apagados em partidas anteriores.
Agora, o foco se volta para o Mundial de Clubes da FIFA, que terá início neste fim de semana. A competição reúne campeões continentais e desperta interesse por seu formato, ainda que exista certo ceticismo quanto à possibilidade de um clube sul-americano, ou mesmo de fora da Europa, levantar o troféu. O favoritismo dos europeus é evidente, mas como em todo torneio, o futebol pode surpreender — e os brasileiros estarão atentos ao desempenho de seus representantes.
Enquanto a elite do futebol mundial entra em campo em busca do título, por aqui seguimos lidando com velhos desafios. A esperança de dias melhores se renova, mas os problemas continuam a exigir mudanças estruturais e politicas principalmente.