Nessa data, que marcou o Dia do Professor na Venezuela, ocorreu uma manifestação de professores na cidade, depois que um líder sindical e militante do movimento Vente Venezuela de Machado foi detido, acusado de pretender realizar atos violentos. Saab vinculou esse incidente a um suposto plano “para executar ações terroristas” em Táchira no início de janeiro. Brandt Ulloa coordenava a campanha de María Corina Machado em Barinas, estado natal do falecido presidente Hugo Chávez e antigo bastião do partido governista, onde aparentemente o apoio diminuiu nos últimos anos. A líder opositora qualificou a prisão do seu diretor de campanha como um “sequestro” e atribuiu “ao regime de Nicolás Maduro”.
A prisão teria ocorrido horas após sua turnê presidencial passar pelo estado de Barinas, afirmou Machado, que liderou várias caravanas entre simpatizantes naquela região, de quinta a sexta-feira. No Instagram, María Corina pediu “forte apoio aos atores nacionais e internacionais que apoiam uma verdadeira eleição presidencial na Venezuela”. A política lembrou que há mais de um mês outros três diretores de campanha nos estados de Trujillo, Vargas e Yaracuy “estão presos no Helicoide”, uma prisão em Caracas denunciada por supostas práticas que violam os direitos humanos, de acordo com organizações não governamentais.
Em fevereiro, outra prisão causou polêmica envolvendo a advogada e ativista de direitos humanos Rocío San Miguel, que também é acusada pela procuradoria de conspiração e tentativa de magnicídio, sobre a qual, segundo seus advogados, não foram apresentadas provas que respaldem a acusação. A detenção da ativista gerou condenação internacional por parte de organizações de defesa dos direitos humanos.
O Foro Penal da Venezuela, uma organização não governamental de apoio jurídico, relata até 4 de março cerca de 264 “presos políticos”, dos quais 19 são mulheres e 245 homens. Seu último relatório acrescenta que desde 2014 foram registradas 15.819 detenções políticas no regime venezuelano. Machado venceu as eleições primárias com mais de 90% de apoio para enfrentar Maduro nas eleições presidenciais, mas pesa sobre ela uma proibição de participação política. Apesar de sua inelegibilidade, a opositora disse que continuará “até o final” das eleições, marcadas para 28 de julho pelo Conselho Nacional Eleitoral.