O resultado é fruto do programa Opera Paraná, criado em 2022 para reduzir a fila de espera por cirurgias eletivas – que aumentou por conta da pandemia – e regionalizar os serviços de saúde. Na primeira fase foram destinados R$ 150 milhões. É o maior programa de cirurgias eletivas da história do Paraná.
O governo estadual já destinou mais R$ 150 milhões para a segunda fase do programa. A expectativa é que mais serviços de saúde se credenciem para as cirurgias de maior demanda no Estado: das vias aéreas e superiores, da face, da cabeça e do pescoço; do aparelho da visão; do aparelho digestivo; do sistema osteomuscular e do aparelho geniturinário.
“Acelerar a fila de espera e descentralizar os serviços para reduzir os deslocamentos de pacientes que necessitam deste atendimento é uma missão do Estado” disse o secretário da Saúde, Beto Preto. “Esses números comprovam que a estratégia adotada e eficiente e cumpre nosso objetivo”.
Segundo ele, o crescimento tem sido sustentado ao longo dos últimos anos. Em 2022, logo após o período mais crítico da pandemia e da ampla campanha de imunização, já houve um crescimento de 47,2% nos procedimentos cirúrgicos eletivos na comparação a 2021 (331.787 procedimentos), ano ainda impactado pela Covid-19. Em outro cenário, considerando 2023 e 2018, o incremento também foi significativo, de 20,3%. Naquele ano houve 489.358 cirurgias.
Cleusa Aparecida Tôtolo, de 64 anos, moradora de Jardim Alegre, no Vale do Ivaí, aguardava por uma cirurgia no joelho e foi atendida no Hospital Regional de Ivaiporã. Em setembro de 2023, hospital iniciou as cirurgias e Cleusa foi uma das pacientes atendidas. “O atendimento de todos os profissionais foi excelente, desde os médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, terapeutas. O hospital é muito lindo, me senti muito bem”, disse.
Além dos investimentos no Opera Paraná, o governo estadual também destinou recursos específicos para procedimentos cirúrgicos eletivos de catarata e pterígio – as maiores demandas dentro da especialidade de oftalmologia. O programa Comboio da Saúde recebeu R$ 10,3 milhões do Tesouro do Estado que foram responsáveis pela oferta de quase 15 mil os últimos dois anos.
FILA DE ESPERA – Segundo dados da Central de Acesso a Regulação do Paraná (Care), que reúne a demanda nos serviços sob gestão estadual, 59.501 pacientes têm indicação de cirurgia eletiva no Estado e aguardam pelo procedimento.
A Macrorregião Leste, composta por 93 cidades, possui o maior número, com 29.207 solicitações, seguida pela Macrorregião Norte (97 municípios), com 11.872 cirurgias, Macrorregião Oeste (94 cidades), com 11.094, e Macrorregião Noroeste (115 municípios), com 7.328 pedidos.
As informações do Care são preliminares e os pacientes são inseridos neste sistema pelas secretarias municipais de saúde, e a cirurgia é confirmada pelos prestadores dos serviços. Os municípios de gestão plena, como Curitiba, possuem sistemas próprios e, por este motivo, a maioria dos pacientes que residem nestas cidades são regulados pela própria secretaria municipal.
Somando a demanda nos serviços sob gestão estadual e dos municípios de gestão plena, a estimava é que cerca de 200 mil pacientes aguardam por uma cirurgia eletiva. A fila exata está sendo compilada em um programa de gestão que integra os sistemas do Estado, municípios e consórcios.