Colunista Kim Rafael

Tempo de…

É comum associar nosso humor, ou a falta dele ao clima. Meio nublado, tempo pra chuva. Sempre mexe com o...

É comum associar nosso humor, ou a falta dele ao clima. Meio nublado, tempo pra chuva. Sempre mexe com o psicológico. A imagem foi pensada nisso.

Uma estrada nebulosa, carros de cinema, um frio na espinha. O frio.

Aquele batom pra poder proteger os lábios da geada.

Aquele fascínio climático entre a vida e o tempo. Como os dois poderiam ser tão diferentes e tão ligados, não é mesmo? Ao mesmo tempo.

Isso, se não chover. No período entre 14h a 17h, frio, em torno de 12 graus, chuviscando aquela água fria, no inverno é claro. A imaginação pende para a comida que poderia combinar, harmonizar. Se a gente não age por impulso, é por compulsão alimentar.

É quase que fora de linha. Da linha do trem na Raccanello – pra quem conhece, sabe que essa avenida é quase um luxo, senão fossem os buracos que abrem dando acesso ao túnel, né Paraná?

Voltando para o tempo, o clima. É importante frisar que nessa cidade não parece ser bem fidedigna da estação. Uma hora chove a outra faz sol com sensação de 32 graus num inverno.

É um passo descompassado que só um metrônomo pode ajudar a voltar o ritmo necessário pra colocar o trem nos trilhos, ou a estação no tempo.

Estação e trem têm tudo a ver. Não?

E olha, até aqui, nem tinha pensado nisso.

Voltando a vida e o tempo. Vida, qualquer ser, ora vivo. Tempo, qualquer ser ou ter, vivo ou morto. Os dois passam. Se odeiam. Tramam com quem tenta enganá-los. E resgatam a todas as idades que são determinantes pra qualquer poder que possa parecer. Desaparecer. Exercer.

Nada dura, enquanto pode se lembrar, mas o tempo, é contínuo, ofensivo, deixa rastro, nos trilhos ou nos ninhos, da vida, ou da morte. Ambos andam juntos, distribuindo esperança, expectativas. No final, todas frustrantes. Frustradas.

A vida é pra poucos, a morte, pra todos. Um cansaço.

Ó exceção que não existe. Poderia determinar a vida de alguém com palpites de esperança. Lá vem, no final, frustrante.

Agora está frio? Olha pela janela, por favor. Ou por gentileza.

Não estou afim de sair no frio, quando estiver calor poderia me ligar? Pode ser depois de alguns minutos de vida. Viu? O tempo, a vida. O que poderia ser tão meticuloso, não é? Cada detalhe, pouco lembrado é claro. Ou você lembra de toda estação que te fez suar? De todo tempo que te fez sonhar? Novidade pra mim.

Mas é aquela coisa. O tempo, seja no frio, geando de calor e até rascunhando um pedaço de cobertor pra tentar abafar a intensidade do som da chuva. Cobertor peludo.

Me fez lembrar de uma música, que recepcionou as fotos antigas e depois guardadas em memória. Se a gente soubesse como revelar os momentos que não ficam restritas as fotos, não é?

Seja por primavera. Ou pelo compasso de cada escala das folhas de outono ao chão – o tempo acabou pra essa folha. A vida também.

Yesterdays.

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