Ministra Gleisi Hoffmann e deputados petistas criticam possível intervenção americana no Judiciário brasileiro
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) manifestaram apoio ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, sobre a possibilidade de impor sanções ao magistrado. Rubio mencionou que “há uma grande possibilidade” de que o governo de Donald Trump aplique punições a Moraes, com base na Lei Global Magnitsky, durante audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA.
Gleisi Hoffmann classificou a ameaça como “vergonhosa” e afirmou que se trata de uma “conspiração de Jair Bolsonaro com a extrema-direita dos EUA, em busca de intervenção estrangeira no Judiciário do Brasil”. A ministra ressaltou que a tentativa de sanção merece repúdio e evidencia o desespero diante do avanço dos julgamentos relacionados aos atos antidemocráticos.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), emitiu nota em nome da bancada petista, repudiando qualquer tentativa de interferência externa nos assuntos internos do país. “Reafirmamos nosso repúdio a qualquer tentativa de interferência externa em assuntos internos do país, especialmente quando se trata de decisões judiciais que visam proteger o Estado Democrático de Direito”, declarou.
Além do apoio do PT, outras instituições brasileiras também se posicionaram contra a possibilidade de sanções. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considerou a ameaça uma violação à soberania nacional e aos princípios do Direito Internacional.
O governo brasileiro, por sua vez, vê a possível sanção como um ataque institucional e estuda formas de resposta diplomática. Ministros do STF também cobraram uma reação firme do Executivo diante das investidas da administração Trump contra o Judiciário brasileiro.
A situação evidencia tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, com o governo brasileiro e instituições nacionais defendendo a autonomia do Judiciário e a soberania do país frente a possíveis interferências externas.
Fonte: Jovem Pan/ O Globo